A neve que cai em minha janela
Lembra sua caspa em meu moletom
Minha panela com molho vencido
Lembra a cor do seu batom
Que lembra sua boca em meu ouvido
Cantando fora de tom
O refrão que não para de tocar
No jukebox do bar
O meu despertador
É seu cachorro latindo
O toque do meu celular
É seu tango argentino
As contas no meu cartão
São vestígios dos vestidos
Que você comprou pra eu rasgar
No banheiro sujo do bar
Encontrei o disco arranhado
Da nossa primeira lambada
Lembrei da dança em seu ventre
Da lambida em seu umbigo
Das noitadas de domingo
Do seu corpo como o copo
Que matava minha sede
Longe das mesas de bar
Seu cabelo ainda está na minha escova
Sua roupa ainda está para lavar
Seu olhar me encara no retrato
E sua voz me fala, na secretária eletrônica,
Que nós não estamos
Mas que vamos voltar
Por isso que eu, cansado de mim
Eu espero por nós no chão desse bar.
37 comentários:
Eu sabia que você não ia dormir...
u_u
Amor, esse vai pro livro, né?
:D
demais. soa humoristico,mas serio e bonito
um olhar me encara no espelho da mente
Sua poesia tem ritmo, é música para os ouvidos.
e era nele também que o cansaço só aumentava, quando no quarto o encontrava, depois de morrer-se num bar.
sempre revivíam juntos, não?
Bregamente falando é algo como o "fio de cabelo no meu paletó."
eu realmente adoro musicalizar o que você escreve.
Um prazer ouví-la.
Sua poesia corre como um riacho entre as pedras da floresta. Murmurante e cristalino. Refresca o coração (bem..., 'refrescar' não é bem o termo)..., melhor, evoca imagens e sentimentos que fazem parte dos que amam e/ou sentem falta de alguém.
Sou um ex frequentador de bar, gosto do ambiente.
Obrigado pela sua presença.
Um prazer vir até aqui.
Abrçs.
E enquanto espero por nós, bebo mais uma garrafa...e outra, e outra..
E enquanto espero por nós, bebo mais uma garrafa...e outra, e outra..
Vi-me nesse bar, engarrafando 1 ano de tantas coisas, e quando dei por mim, estava chorando com um copo de cachaça entre os dedos. ;*
Beijo moça,
Charlie B.
HAHA massa =DD
Hmm.. gostei. Mas um cara que espera no chão do bar tem mesmo contas a pagar e um celular?
Então esse chegou no bar faz pouco tempo, hehehe.
Enfim, gostei :**
E teu poema me deu vontade de ler para muitas pessoas.
Pra mim, seria como se fosse um exorcismo. rs
Beijos.
muito legal seu poema!
Beijos Lívia
Jéssica, ele não está no chão do bar porque é pobre e não tem casa, mas porque está bêbado =P
Seus poemas me fazem lembrar TANTO um certo alguém, mas TANTO *-*.
Ah, obrigada! É uma delícia ler teus poemas, teus contos...
Enfim, te ler toda!
Beijo.
a saudade que dói deve-se apagar, ou engarrafar e lançar no mar.
quantas vezes,o bar vai ser nossomelhor amigo para desabafar.
E desse amor inventado, eu sonho não acordar.
Amor decadente, humor e ainda teve rima. As rimas funcionam bem quando declamamos poesias.
Mesmo não comentando, venho sempre, leio e releio.
Gosto tanto do que escreve!
Mas quando chego aqui tem sempre muita gente dizendo tudo o que eu gostaria de dizer..
beijo
significou muito pra mim o " por isso que eu, cansado de mim"
gostei muito.
Lembranças sempre a nos atentar.
Queria uma máquina para transformá-las em qualquer outra coisa.
Claro, as boas ficariam.
Um beijo!
"Minha panela com molho vencido
Lembra a cor do seu batom
Que lembra sua boca em meu ouvido
Cantando fora de tom"
Lindo, lindo.
Toda vez que venho aqui, fico sempre um pouco e bem mais feliz. Tá me surpreendendo garota!
To tipo de poema para se embebedar e esquecer de toda e qualquer sobriedade
Toda vez que venho aqui, fico sempre um pouco e bem mais feliz. Tá me surpreendendo garota!
To tipo de poema para se embebedar e esquecer de toda e qualquer sobriedade
uma poesia engarrafada, pronta para abrir e entrar na morte saborosamente etílica.
maravilhoso, como sempre.
Muito bom!
Tem sonoridade e rimas, além de falar de amor decadente de uma maneira até bem real.
Lembrei de duas músicas ao ler:
"vou engarrafar essa dor,
Vou engarrafar a saudade
Vou me embreagar de tristeza
Bendizendo ela vira beleza..."
(Eu não sou chico mas quero tentar - Teatro mágico)
e
"Eu vou cantar pra saudade
Com seu vestido vermelho
E a sua boca"
(Na Veia - Cordel do fogo encantado)
Adorei teus versos!
Beijo!
Nat, eu gemi por dentro com
"São vestígios dos vestidos
Que você comprou pra eu rasgar
No banheiro sujo do bar"...
Você é uma mulher falando de mulher, e conhece muito bem a alma da qual fala.
Bju e vai pro livro sim! ;)
Com você, até poesia de bar é bonita!!
poesia, poesia, poesia! Me arrancou sorrisos mesmo com esse sensação de saudade que o texto passa.
=*
Ai ai, to me cansando de te elogiar, hein!
http://www.myspace.com/GARRAFAVAZIA
muito bom...
Imagino-a na vida boêmia e artística, rsrs
Apesar de os bares terem perdido um pouco de sua "poesia" com os anos, né...
Bons dias
adorei :)
to seguindo , bgs
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