2 de abril de 2009

Bola fora

Falar pouco é uma arte que eu não domino. Sou sempre prolixa demais, repetitiva demais; falo coisas que sei que não me cabem, só para me arrepender depois. Deve ser masoquismo inconsciente, ou burrice incurável. Costumo dizer que no meu coração, eu mando; mas que da minha boca eu sou refém. Preciso aprender a calar, quando as palavras falham; e acreditar que as coisas podem ser reais, ainda que eu não possa descrevê-las. Tenho essa mania esquisita de pensar com um lápis na mão, e fico desenhando figuras sem sentido, tentando dar formas às abstrações que me vêm à mente. Síndrome de São Tomé? Vai saber. Pra quem só acredita vendo, eu devo usar o grau errado, porque tudo que eu vejo é distorcido, todas as minhas idéias são perturbadas. Quando eu penso que a bola vai entrar, a trave se move e é só tiro de meta para o time adversário. E quando ela finalmente entra, é impedimento. Ô, seu juiz, dá um tempo, né?

Quem me segue (se perde comigo)