Por muito tempo eu senti um imenso vazio dentro de mim. Um ralo na alma, por onde escorriam todas as minhas felicidades, todos os meus sorrisos efêmeros. Aliás, efêmera era eu, que nunca era um único eu. Quando estava sendo, simplesmente escorria também, e juntava-me aos risos que eu não ria mais – eles que riam de mim.
Por muito tempo eu tentei preencher esse vazio. Tentei preenche-lo com poesia, flores e velas. Mas os amores que se acomodavam ali eram pequenos demais, e quando eu menos esperava, eles escorriam feito areia em ampulheta, e sumiam por aquele mesmo ralo.
Por todo esse tempo eu me senti extrema. Extremamente pequena por não comportar amor algum, extremamente grande por não caber em nenhum amor. Pensei que meu coração era desconfortável, e que por isso ninguém ficava nele por muito tempo. Pensei que o buraco em minha alma era uma rota de fuga, um cano de escape, por onde escapavam todas as minhas ilusões.
Até que eu parei de cultivá-las (as ilusões) e encontrei você. Seus olhos me transportaram por caminhos que eu não conhecia e, mergulhando neles, mergulhei também em mim, refletida em suas íris na minha pior forma. E mesmo assim você me recebeu em seus braços, me aceitou, e me amou como alguém que eu não era (mais), me fez acreditar que eu poderia (voltar a) ser. Me fez acreditar que eu poderia ser sempre – e não só as vezes –, sob a única condição de ser sua.
Só então eu entendi o porquê daquele vazio nunca sumir – até então. Ele era o seu vazio, o seu lugar vago. E entendi que não era eu que era extrema. É que apenas você tem o tamanho exato para caber no meu coração, e todos os outros serão sempre grandes ou pequenos demais. Por isso às vezes eu me sentia só, mesmo estando junto, ou cheia, mesmo estando só. Porque cada um tem a peça perfeita para o seu quebra-cabeça. E você era a minha.
Hoje as minhas felicidades não escorrem mais, no máximo nublam. Mas quando você vem – e faz chover todas as minhas incertezas – o sol volta a brilhar, e eu volto a sorrir os meus próprios sorrisos.
Por muito tempo eu tentei preencher esse vazio. Tentei preenche-lo com poesia, flores e velas. Mas os amores que se acomodavam ali eram pequenos demais, e quando eu menos esperava, eles escorriam feito areia em ampulheta, e sumiam por aquele mesmo ralo.
Por todo esse tempo eu me senti extrema. Extremamente pequena por não comportar amor algum, extremamente grande por não caber em nenhum amor. Pensei que meu coração era desconfortável, e que por isso ninguém ficava nele por muito tempo. Pensei que o buraco em minha alma era uma rota de fuga, um cano de escape, por onde escapavam todas as minhas ilusões.
Até que eu parei de cultivá-las (as ilusões) e encontrei você. Seus olhos me transportaram por caminhos que eu não conhecia e, mergulhando neles, mergulhei também em mim, refletida em suas íris na minha pior forma. E mesmo assim você me recebeu em seus braços, me aceitou, e me amou como alguém que eu não era (mais), me fez acreditar que eu poderia (voltar a) ser. Me fez acreditar que eu poderia ser sempre – e não só as vezes –, sob a única condição de ser sua.
Só então eu entendi o porquê daquele vazio nunca sumir – até então. Ele era o seu vazio, o seu lugar vago. E entendi que não era eu que era extrema. É que apenas você tem o tamanho exato para caber no meu coração, e todos os outros serão sempre grandes ou pequenos demais. Por isso às vezes eu me sentia só, mesmo estando junto, ou cheia, mesmo estando só. Porque cada um tem a peça perfeita para o seu quebra-cabeça. E você era a minha.
Hoje as minhas felicidades não escorrem mais, no máximo nublam. Mas quando você vem – e faz chover todas as minhas incertezas – o sol volta a brilhar, e eu volto a sorrir os meus próprios sorrisos.