22 de março de 2009

Ausente.

Ausente em mim, é como estou me sentindo. Como se faltasse um pedaço meu, algo que perdi no caminho, que caiu da mochila. Eu procurei, tentei reconstruir meus passos, mas acho que os pássaros comeram as migalhas de pão que deixei marcando o caminho... É difícil explicar o que estou sentindo, porque, na verdade, o que estou sentindo é a ausência do sentimento; do sentimento que antes queimava forte dentro de mim, me motivando, me dando asas, e agora parece morrer, parece que está sendo soterrado por um furacão de sensações estranhas,que eu nunca tinha provado. Estou com medo, com frio, e eu me sinto tão só! As paredes tão brancas parecem que estão se comprimindo ao meu redor, e eu me sinto tão fraca, tão frágil! Eu não tenho mais forças para fingir, eu simplesmente estou perdida entre o abismo que existe entre o que eu sou e o que eu planejei ser. Tudo devia ser tão diferente... eu queria que fosse tão diferente! Eu queria um sinal de que não vou me frustrar de novo se investir mais de mim nisso, ou o que sobrou de mim. Eu não tenho mais sonhos, sonhos de verdade, aqueles que você acorda querendo continuar dormindo, e fecha os olhos para tentar começar de onde parou... eu não os tenho mais, sequer me lembro da última vez que sonhei. E eu não faço mais planos, não consigo pensar em como vai ser o futuro, mesmo que o futuro seja tão próximo quanto o amanhã. Eu não consigo mais ser otimista, não consigo mais encenar minha força de vontade, porque eu não tenho força e nem vontade! Eu estudo compulsivamente, eu me escondo atrás dos livros, tenho tanto medo que eles me engulam, que eu engulo eles. Mas só consigo me desesperar mais, me sentir mais fraca, mas incapaz! E mais só! Eu estou ficando só! Não me deixem só! Eu estou com tanto medo! E as paredes, essas paredes brancas, elas estão se fechando tão rápido... e o telefone, ele tá mudo, eu estou muda, com aquele bolo na garganta, aquela coisa estranha na boca do estômago... Eu preciso de ajuda. Minha mãe estava certa, afinal. Eu estou me fechando dentro de mim, mas aqui dentro é tão frio e tão solitário!

3 comentários:

Maurilo disse...

eu também acabo me perdendo nesse abismo, e constantemente, mas da mesma forma que entramos nele, temos como sair, nem que seja pela mesma passagem que entramos, sim já ia esquecendo, você pode sair da gaiola quando você quiser, todos nós podemos, saudades e boa aula amanhã :*********

Anônimo disse...

Uma vez tu me disseste que eu não precisava enfrentar tudo sozinho, mas que precisava enfrentar. Tu me disseste que entendia que eu estivesse triste, mas não admitia que eu desistisse. Tu me disseste que das experiencias ruins, restam os aprendizados. Me disseste que por mais que para mim o tempo tivesse parado, ele continuava a seguir, e quando eu me desse conta disso, olharia pra trás e veria todo o percurso que ele fizera sem mim, e eu teria que correr para acompanhá-lo, porque por mais que pareça que não, por mais que eu queira que não, e por mais que eu esteja bêbado demais para perceber isso, a vida continua. E tu me disseste todas essas coisas sem eu pedir, e hora nenhuma foste complacente com meu sofrimento ou mediste palavras para me falar a verdade. Diferentemente dos outros, tu não disseste que sentia muito, nem contou mentiras apenas para eu me sentir melhor, tu não disseste que o tempo ia me curar... pelo contrário, disseste que só tendia a piorar; disseste que a saudade e a decepção são acumulativas, e que amanhã eu sofreria mais que hoje, e mais ainda mês que vem. Mas disseste também que o ser humano é inteligente e insitivo, e que, com o tempo, minha dor, embora ainda doesse, ia se tornar minha força e minha motivação para continuar. O que tu sabes, é que tudo isso realmente aconteceu, e o que ainda não aconteceu está acontecendo nesse momento.
Eu não sei falar as coisas certas nos momentos certos como tu, e nem tenho um coração tão grande que possa guardar o seu e ainda protegê-lo [ porque é isso que eu queria fazer ], mas pensei que talvez, se tu lesse aquilo que eu li e que me ajudou, tu poderias te sentir melhor, assim como eu me senti. De todo modo, eu só queria repetir mais uma coisa que tu me disseste, no finzinho do sermão... tu me disseste: "sabe o que eu acho? eu acho que vc devia levantar a bunda desse computador e trabalhar numa fórmula para diluir a dor. vc não é químico?" sabe pequena, eu ainda vou descobrir essa fórmula, e vai ser para ti. Nada me deixa mais indignado que ver uma guria como tu assim. Não surte, e tu não tão estás só. Eu estou aqui para ti. Aqui longe, mas aí perto, em pensamento.
Um beijão para ti, e que os próximos surtos sejam de felicidade!

Anônimo disse...

Por ironia do destino, ou não, veja a música que começou a tocar aqui:

[...]

Se faltar calor, a gente esquenta
Se ficar pequeno, a gente aumenta
E se não for possível, a gente tenta

Vamos velejar no mar de lama
Se faltar o vento, a gente inventa
Vamos remar contra a corrente
Desafinado coro dos contentes

Se não for possível
Se não for importante
Mesmo assim a gente tenta.

Não é pose, não é positivismo
Quanto pior, pior
Não é pose, não passará
Não passaremos por isso


hm? ;)

Quem me segue (se perde comigo)