Alice conheceu Renato e se apaixonou. Renato era alto e forte, apesar de meio burro. Mas sua falta de inteligência era compensada pelo romantismo. Ele mandava mensagens no meio da noite, flores no meio da tarde, e a acordava com muitos beijos e muito carinho. Era tudo perfeito. Mas alguma coisa aconteceu e Renato ficou distante. Ele não ligava mais, não mandava mais presentes, até os beijos perderam a intensidade. Era como se a paixão tivesse esfriado e o amor tivesse acabado como o leite em pó de uma lata. Alice então chorou. Chorou tanto, que seu travesseiro mais parecia uma esponja. Ela prometeu que não amaria novamente, até que
Alice conheceu Paulo e se apaixonou. Paulo também era alto, mas era muito magro. Sua falta de músculos, entretanto, era compensada pela alegria contagiante que ele expirava. Com Paulo, mesmo nos dias mais cinzas e mais tristes, havia sempre razão para sorrir. Ele fazia surpresas e a levava ao parque. Eles comiam algodão doce, pipoca, chocolate, maçã-do-amor, e voltavam para casa rindo da imensa vontade que tinham de vomitar um no outro. Era tudo perfeito. Mas alguma coisa aconteceu, e o sorriso de Paulo foi minguando. Ele já não fazia piadas, eles não já não faziam passeios divertidos, nem comiam mais doces juntos. Era como se a paixão tivesse morrido, e o amor se escondido atrás de uma nuvem escura que não chovia nunca. Alice então gritou. Gritou tanto que perdeu a voz, mas prometeu, em silêncio, que não se envolveria com mais ninguém, até que
Alice conheceu José e se apaixonou. José era um rapaz humilde, vindo do interior. Era baixo, meio entroncado, mas tinha força e inteligência. Eles estudavam juntos a tarde inteira, e era tão bom que parecia que tinham passado a tarde fazendo sexo. Era uma espécie de orgasmo mental. Ele tirava todas as dúvidas dela, e quando as notas eram boas, ambos eram recompensados com beijos, abraços e amassos de tirar o fôlego. Era tudo perfeito. Mas alguma coisa aconteceu e José mudou. Ele agora dizia que preferia estudar só, porque aprendia mais; também não tinha paciência para tirar dúvidas, e se não havia notas boas, não havia recompensa. Era como se a paixão tivesse fugido do coração atrofiado pelo crescimento do cérebro. Alice então sofreu. Sofreu dias a fio, mas prometeu que seria a última vez, até que
Alice conheceu Gabriel e se apaixonou. Gabriel era evangélico fanático, andava sempre com a bíblia embaixo do braço. Mas seu dinheiro compensava qualquer infortúnio causado pela promessa de virgindade. Ele a levava para os restaurantes mais caros da cidade, e enviava vestidos, sapatos e colares dos mais variados tipos, para que ela usasse em seus encontros, enquanto uma orquestra particular tocava para eles uma serenata. Era tudo perfeito. Mas alguma coisa aconteceu, e Gabriel ficou diferente. Ele passou a reclamar dos gastos, e fazia pregações diariamente, tentando encaixar Jesus em suas vidas. Era como se Jesus jogasse água na paixão toda vez que ela esquentava. Alice então rezou. Rezou muito para que Deus a poupasse de mais uma desilusão, e prometeu jogar São Pedro no lixo, até que
Alice conheceu Adamastor e se apaixonou. Adamastor, de feio, só tinha o nome. Ele parecia um Deus grego, um galã de novela recém saído da revista caras. Era o sonho de qualquer mulher, e era uma máquina na cama – e na mesa, no chão, na parede, no balcão, e etecetra e tal. Era tudo perfeito. Mas alguma coisa aconteceu: Adamastor conheceu Gabriel e se converteu. Agora não tinha mais sexo, nem abraço e nem mesmo beijo, porque ele estava em fase de purificação. Era como se a paixão tivesse sido enviada para queimar no fogo do inferno por algum pecado que cometeu. Alice então ficou irada. Ficou irada e abandonada, enchendo a cara de cachaça e vomitando pela casa, mas prometeu que assim o porre acabasse, entraria num convento. Até que
Alice conheceu Penélope, irmã de Renato, ex-namorada de Paulo, vizinha de José, da igreja de Gabriel e conhecida de Adamastor. Penélope era feia e chata: tinha cabelo estirado, dentes tortos, barriga de cerveja, hálito de cigarro e papo de gente bêbada. Mas Alice se apaixonou.
Alice conheceu Paulo e se apaixonou. Paulo também era alto, mas era muito magro. Sua falta de músculos, entretanto, era compensada pela alegria contagiante que ele expirava. Com Paulo, mesmo nos dias mais cinzas e mais tristes, havia sempre razão para sorrir. Ele fazia surpresas e a levava ao parque. Eles comiam algodão doce, pipoca, chocolate, maçã-do-amor, e voltavam para casa rindo da imensa vontade que tinham de vomitar um no outro. Era tudo perfeito. Mas alguma coisa aconteceu, e o sorriso de Paulo foi minguando. Ele já não fazia piadas, eles não já não faziam passeios divertidos, nem comiam mais doces juntos. Era como se a paixão tivesse morrido, e o amor se escondido atrás de uma nuvem escura que não chovia nunca. Alice então gritou. Gritou tanto que perdeu a voz, mas prometeu, em silêncio, que não se envolveria com mais ninguém, até que
Alice conheceu José e se apaixonou. José era um rapaz humilde, vindo do interior. Era baixo, meio entroncado, mas tinha força e inteligência. Eles estudavam juntos a tarde inteira, e era tão bom que parecia que tinham passado a tarde fazendo sexo. Era uma espécie de orgasmo mental. Ele tirava todas as dúvidas dela, e quando as notas eram boas, ambos eram recompensados com beijos, abraços e amassos de tirar o fôlego. Era tudo perfeito. Mas alguma coisa aconteceu e José mudou. Ele agora dizia que preferia estudar só, porque aprendia mais; também não tinha paciência para tirar dúvidas, e se não havia notas boas, não havia recompensa. Era como se a paixão tivesse fugido do coração atrofiado pelo crescimento do cérebro. Alice então sofreu. Sofreu dias a fio, mas prometeu que seria a última vez, até que
Alice conheceu Gabriel e se apaixonou. Gabriel era evangélico fanático, andava sempre com a bíblia embaixo do braço. Mas seu dinheiro compensava qualquer infortúnio causado pela promessa de virgindade. Ele a levava para os restaurantes mais caros da cidade, e enviava vestidos, sapatos e colares dos mais variados tipos, para que ela usasse em seus encontros, enquanto uma orquestra particular tocava para eles uma serenata. Era tudo perfeito. Mas alguma coisa aconteceu, e Gabriel ficou diferente. Ele passou a reclamar dos gastos, e fazia pregações diariamente, tentando encaixar Jesus em suas vidas. Era como se Jesus jogasse água na paixão toda vez que ela esquentava. Alice então rezou. Rezou muito para que Deus a poupasse de mais uma desilusão, e prometeu jogar São Pedro no lixo, até que
Alice conheceu Adamastor e se apaixonou. Adamastor, de feio, só tinha o nome. Ele parecia um Deus grego, um galã de novela recém saído da revista caras. Era o sonho de qualquer mulher, e era uma máquina na cama – e na mesa, no chão, na parede, no balcão, e etecetra e tal. Era tudo perfeito. Mas alguma coisa aconteceu: Adamastor conheceu Gabriel e se converteu. Agora não tinha mais sexo, nem abraço e nem mesmo beijo, porque ele estava em fase de purificação. Era como se a paixão tivesse sido enviada para queimar no fogo do inferno por algum pecado que cometeu. Alice então ficou irada. Ficou irada e abandonada, enchendo a cara de cachaça e vomitando pela casa, mas prometeu que assim o porre acabasse, entraria num convento. Até que
Alice conheceu Penélope, irmã de Renato, ex-namorada de Paulo, vizinha de José, da igreja de Gabriel e conhecida de Adamastor. Penélope era feia e chata: tinha cabelo estirado, dentes tortos, barriga de cerveja, hálito de cigarro e papo de gente bêbada. Mas Alice se apaixonou.
32 comentários:
Penélope devia ser sexy.
Ela definitivamente não era =P
*subverter a gramática para alcançar algum objetivo estético em um texto é o primeiro sinal de que alguém é um escritor genial (:
Penélope era sexy de um jeito meio Chuck Noris, eu acho.
Alice tinha o dedo podre. e se apaixonava como num piscar de olhos.
que nem eu.
Conheco uma Alice.
E Alice é bem parecida comigo, no quesito decepções amorosas. Também namorei um Adamastor que só tinha feio o nome, rs. Ele me largou porque não quis apresentá-lo aos meus pais, é, sempre tive medo desse dia. Então, hoje Adamastor conheceu uma menina que topou em levá-lo a sua casa para conhecer seus pais, eles se casaram.
E eu? Bom, me conformei. Ele não era o meu príncipe encantado, rs.
Adorei o texto Natália. Você é ótima. E tudo que tu fazes me inspira também.
Psiu...
Sabe, eu não consigo parar de falar sobre o amor, rs. Então, eu escrevo também no Escreva-me cartas. Dá uma olhadinha lá também, talvez você goste.
Beijo gata =*
Adorei a história. E isto acontece muito mais frequente do que pensamos....
Até que ela se cansou das decepções provocadas por homens e foi procurar saber até que ponto mulheres são diferentes.
E eu adoro esse nome, Alice...
O amor não é tão óbvio quanto parece. As vezes ele vem certo, por linhas tortas xD
Até que...
Ahh, Natália,
Mesmo quando foge do óbvio e vida nunca para.
............................
Percebi um final inspirado na "Quadrilha" de Drummond.
Não entendi o porque do nome "Adamastor". Séria por uma fúria sexual?
Mas é um ótimo texto.
E quanto a você ser poeta ou não eu digo o seguinte: Seus textos são, realmente, literatura, e quando eu digo literatura eu me refiro à Arte.
Claro que, assim com eu ( assim como todos nós). Sua literatura ainda vai amadurecer muito e se aprofundar em coisas que você ainda nem sonha que existem. (Assim espero).
Mas você deve saber o que eu digo. Ler literatura é muito diferente de ler a esmagadora maioria de textos divulgados, que parecem apenas reproduções, apelos, metáforas óbvias. Que no final não dizem nada.
Olha, também sou vestibulando!
É porque tranquei o meu curso na UFBA e estou prestando Est. Literários na Unicamp e R.I e UFRJ.
Deseje-me sorte, O Enem é nesse sábado.
Mas é nem...
Boa sorte para você,
Danilo Augusto
Ps: Andou pondo meu nome no Google, foi?
Penélope aparentemente não tem nada que compense os defeitos...Deve dar certo :D
Ela se apaixounou pelo nome, Penélope é lindo. Eu nem vou te elogiar porque já está fincando redundante. Mas me faz um favor, escreva um livro?!
PS: 40 dedos! Eu nunca liguei muito para os pés, tenho que te confessar... Talvez eu não tenha descuberto sua utilidade ainda!
Bj moça!
A alice se apaixona facil mesmo! Eu por exemplo so me apaixonei uma única vez.
Adorei essa história, mt criativa com final surpreendente!
E não é bem assim que a história de todo mundo é construida? Cheia de ''nunca mais'' e ''até que'' 'sss :)
Alice é uma figuuuraaa. E o final, como sempre, surpreendente.
Natália eu estou virando sua fã de certeirinha. Jeito único de passar as coisas. Gosto. Gosto muito.
Não esperava por esse final.
Gosto de coisas assim, imprevisíveis!
E Alice, mais uma vez, se decepcionará.
Porque é assim que é.
Decepção atrás de decepção.
Okay, isso soou pessimista, hahaha.
Você é ótima, Natália.
Muito criativa.
Sou tua fã.
Beijo.
Moça,
Tu usas o Gtalk? Fico online o dia inteiro. Gostaria muito de estender nossa amizade além dos comentários.
Gosto de ti.
Bom, ok, mas vc vai ter que imitar meu modus operandi: sair pelada, enrolada em papel higiênico e gritando enfurecida..huahuaha.
Boa sorte no vestibular! :)
viver com paixão é apaixonar-se por tudo e por todos.
adoro o nome Alice, acho lindo demais. se eu tiver uma filhA vou "brigar" com a mãe dela pra q esse seja o nome uhauhauhauhauhuhauha
essa tua Alice se apaixona fácil né?
seria quase uma "Quadrilha" do Drummond, excetuando, claro, que na poesia ninguem fica com ninguem... mas todos estavam interligados.
=]
eu gostei.
Minha nossa... :O
No começo eu tava sentindo nesgas de Alice em mim, pelo jeito como tudo era perfeito, mas depois, 'até que', fui vendo que a coitada já tinha azar, hein? quando surgiu Adamastor, pronto, achei que enfim ela ia se atirar e ter um final, mas aí veio Penélope, tão nada sexy, mas o amor é assim, né? Confuso e irracional!
Abração Naty.
Charlie B.
descoberto**********
Hahahaha! Sabe o que eu acho? Alice tem que mudar de turma, porque essa aí ela já pegou inteira e não deu certo.
esse é o ciclo de sempre, de todas as pessoas. ficou engraçado, aqui!
Todo mundo já teve um momento Alice na vida. E sendo bem sincera, ela não teria encontrado Penélope se não tivesse encontrado todos os outros antes... tinha que ser assim, faz parte :)
P.S: minha amiga distróóói no blog!
Ei menina.
Duvido que você tenha 17 e poucos anos.
Acho que você tem 17 e muitos.
Mas o que importa?
O que importa é que você pensa, lê, escreve, surpreende e encanta.
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