11 de agosto de 2009

Long Nights

Às vezes eu tenho a sensação de ser apenas uma telespectadora da minha própria vida. Parece que estou sentada em uma poltrona, de onde assisto meus erros e acertos, sem controle remoto nem nada. É como se eu não tivesse o poder nem a disposição de mudar o curso das coisas, mesmo que elas me incomodem.
Ando tendo muita insônia, e isso não me parecia errado, até eu parar e pensar no porquê. Porque não consigo dormir, mesmo quando meu corpo está cansado e minha mente está exausta? Porque não consigo repousar minha cabeça no travesseiro e só acordar com o sol? Pensando, cheguei a uma conclusão: me falta o sentimento de dever cumprido.
Não importa o quanto eu estude, ou o quanto eu siga os planos que tracei para meu dia, sempre falta alguma coisa. É que eu ando meio sem rumo, insatisfeita como o que venho me tornando. Não tenho mais certeza do que quero pra mim. Nem sequer tenho certeza do que não quero.
Tem dias que quero passar a vida escrevendo, tem dias que quero escrever uma vida nova. Sem essa rotina desgastante que vem me sufocando. Sem precisar estar cercada de livros que odeio ler, ouvindo histórias que já me foram contadas, voltando pelo mesmo caminho que me trouxe até aqui.
Sinto como se estivesse estacionado no tempo. Não cresci, não amadureci, não aprendi com minhas falhas. Os erros que eu cometo ainda são os mesmos, a diferença é que agora eu já os conheço bem, e tenho sempre um bom argumento para justificá-los.
Me pergunto se isso é apenas uma fase, uma TPM fora de época, uma inquietação provocada por alguma frase que li em um outdoor. Porque eu tenho dessas coisas... escuto algo e penso que não dei importância, mas depois de um tempo percebo que aquelas palavras ficaram ecoando na minha cabeça, como um CD arranhado que não para de tocar.
É estranho, porque pela primeira vez não se trata de amor. Aliás, o amor é tudo que eu tenho de mais certo agora. É o que me ampara e suporta os meus defeitos de fábrica. O amor em todas as suas mais variadas facetas.
É, esse post não é sobre paixão, sobre pressão ou depressão. Eu não estou infeliz, não estou irritada e nem preocupada. Estou apenas confusa, perdida diante da incerteza do meu amanhã. Se houver amanhã.

9 comentários:

Anônimo disse...

*mas as vezes eu penso se a pedra que me afunda não é um fator essencial pra mim, ou se pode ser.

esse sentimento de confusão vai pairar pela cabeça da gente até a gente morrer. Eu tenho uma péssima "mania" de me duvidar sempre, seja na letra, na roupa na música..como se eu nunca acertasse! Isso talvez seja insegurança, talvez não. Vamos vivendo no talvez até ele virar um espaço vazio.

Agatha disse...

Duvidas.. "Há tantas vidas diferentes, será que a minha está certa?" É, esse tipo de coisa sempre passa na minha cabeça. Agora com mais frequencia, talvez pelo fato e que eu esteja me aproximando do meu futuro, ou melhor, de decidir o que vou fazer dele. Tenho esperanças que isso se amene um pouco, sei que não passa, até que tenhamos o amanhã sempre vai haver duvidas..

Obrigada por comentar no meu blog!
Você escreve muito bem (:
Beijo!

eloisa disse...

Teu blog me fez lembrar de uma música do Belchior, "Tenho vinte e cinco anos de sangue e de sonho.."
Só.

beijo.

Eduardo. disse...

Só de saber que os erros que você comete são erros, já significa que você cresceu. Nenhum dia passa sem que aprendamos algo novo. Nem um dia é em vão, mesmo que pareça.

César Schuler disse...

Você precisa de uma massagem, daremos um jeito nisso.

Palapala disse...

Conheci teu blog pelo blog do Cadu, e depois descobri que tu é prima de Felipe! Mas enfim, só pra situar...
às vezes eu me sinto assim também, perdida e de certa forma apática a isso. Como se pensasse, "Caramba, o que tenho que fazer? O que quero mudar? Que tipo de pessoa eu quero ser? Que tipo de vida quero viver e por quanto tempo?(...)Será... será que tem leite condensado na geladeira?", entende? É horrível isso, ou pelo menos deveria ser, já que a apatia do momento impede uma opinião sobre. Mas enfim, o que se pode dizer é o eterno e irritante clichê: "Passa.". Mas, se quiser uma sugestão pra acelerar o processo já que pode-se perguntar, "Passa. Mas quando?"; arruma alguma coisa diferente pra fazer, qualquer que seja. Ou senão deixa de fazer algo, como ler livros que não quer, pra fazer outra coisa no lugar, como... ler um livro enorme e desejável. Ou manda a pessoa que está contando a história já contada calar a boca e conta uma historia pra ela. Sei lá, pega o onibus errado e vê onde vai dar, vai prum rodizío de algo que nunca comeu, vai pr'aquele super programa de índio que alguém te chamou só por ir, vai assistir/participar de várias primeiras aulas grátis das coisas mais variadas tipo yoga, teatro, karatê, desenho artístico, esgrima (quem sabe tu não descobre um vocação?), pede um sorvete de amendoin ao invés do de chocolate, aluga um filme catálogo por indicação do cara da locadora, faz um curso de manusei de armas de fogo. Sei lá, faz QUALQUER COISA que ainda não tenha feito ou que goste demasiadamete de fazer. Sei lá, meus conselhos são horríveis, nem eu sigo, mas gosto de falar mesmo assim.
É isso, bons momentos pra tu. =)

The Owl disse...

Uma coisa que me ajudou a lidar com conflitos desse tipo foi ler o livro "O Poder do Mito". Não que eu tenha conseguido decidir o que quero da vida, mas ao menos tive uma idéia clara do que pretendo procurar.

Caso ainda não tenha lido, a teoria defendida é a de que os mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana; ou seja, aquilo que somos capazes de conhecer e experimentar espiritualmente.

Uma das falas que mais me interessaram foi a seguinte: Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é uma experiência de estar vivos, de modo que nossas experiências de vida, no plano puramente físico, tenham ressonância no interior de nosso ser e de nossa realidade mais íntimos, de modo que realmente sintamos o enlevo de estar vivos. É disso que se trata, afinal, e é o que essas pistas nos ajudam a procurar, dentro de nós mesmos.”

Talvez isso ajude a melhorar a safra de livros ruins.

Luciana disse...

ri com o comentario de chedar :P
ow meu amor, eu estou exatamente como vc =/

Lucas Lima disse...

tenho relances assim, de acordar vendo que não valorizei o que devia ter valorizado, "como um cd arranhado que não para de tocar" rsrs, mas sobre a pressão e depressão, e confusões, são temperos né, rs
bons dias

Quem me segue (se perde comigo)