16 de fevereiro de 2009

crescimento exponencial do universo.

O espírito se arrepia quando o cheiro doce da sua pele se propaga no ar. Esse aroma trescalante que se entrelaça nos dedos da brisa e parte pela avenida, beijando rostos que não são meus.
Sinto então ciúme do vento que, a todo o momento, lhe rouba de mim. E que cruel é o tempo que, em outro momento, discorre sem contrição, apenas para que meus caminhos se percam dos seus.
O tempo tem mesmo esse mau hábito de passar sempre depressa quando a gente tá sem pressa. Ele faz isso de propósito. É um prazer sádico que ele tem. De ver fulano correndo atrás do vento, pensando que, com o tempo, se encontrará com Deus.
Mas a verdade é que fulano nem vai nem vem. Anda em círculos, quadrados e triângulos, mas anda sempre aquém. E espera a vida passar de trem pra levá-lo além desse céu negro, onde estrelas moram longe dos perigeus. Onde seu cheiro beija a flor, e beija-flor sou eu.

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Quem me segue (se perde comigo)