20 de julho de 2009

Detalhes

Nenhum olhar jamais me fez sentir tantas coisas ao mesmo tempo. Um misto louco de medo, vergonha e desejo, uma estranha vontade de atravessar o vidro dos olhos para chegar à retina que me imprime exatamente como sou, e reprime toda a coragem que um dia eu tive. De repente, minhas pernas ficam frouxas, e as palavras que eu ensaiei para falar saem aos tropeços ou, na maioria das vezes, simplesmente não saem.
O rosto quente me faz sentir um pouco mais segura, como uma comprovação de que não sou só eu que estou a flor da pele. Mas a verdade é que a flor da pele também desabrocha, e apenas aquelas mãos sabem a medida exata de força e delicadeza que as pétalas necessitam para tornarem-se vivazes o bastante para suportar as tempestades e as ventanias.
Um sopro ao pé do ouvido aquece quando o tempo esfria, e refresca quando o calor invade o ambiente e o corpo, o corpo todo que se embala pra lá e pra cá. Os braços abarcam meus braços, como um barco que navega num mar de ondas mansas, que leva todo o passado, e deixa de presente o presente, que se arrasta pra não ter que passar.
Por fim, os corações conversam; um tambor batendo dentro do peito, dizendo que agora não tem mais jeito, é sentimento demais pra acabar.

3 comentários:

Luciana disse...

Vc sempre consegue transformar em palavras como pobres mortais, assim como eu, se sentem. Te amo muito.

Anônimo disse...

e não tem que acabar!
que delicioso é amar *.*

Manuela Moraes disse...

que delicioso é amar *.* [2]
Lindo, lindo texto, Nati!
Eu quero tanto poder sentir a delícia de amar... Mas eu acho que não vai demorar muito, viu? Não sei exatamente porque eu sinto isso, mas... Que bom que eu sinto!
Seja feita a vontade de Deus sempre. :D

Te amo!

Quem me segue (se perde comigo)